Guy Stéphan reflete sobre sua jornada com a seleção francesa antes de partidas importantes

Guy Stéphan, treinador adjunto de Didier Deschamps desde 2012 pela seleção francesa, compartilhou ideias durante entrevista exclusiva ao 90min em Clairefontaine. Isso aconteceu pouco antes das próximas partidas contra o Azerbaijão, em 10 de outubro, e a Islândia, em 13 de outubro, como parte das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.

Com um impressionante recorde de 208 partidas pela seleção francesa, Stéphan é uma figura significativa no legado dos Les Bleus. O estrategista de 68 anos, que atua como braço direito de Deschamps desde 2012, abriu durante uma conversa de meia hora sobre as atuais eliminatórias, suas memórias com a equipe e a dinâmica de seu relacionamento de longa data com o treinador, que conhece desde a Euro 2000. Aqui está uma visão mais detalhada desta lenda do futebol francês.

Insights antes das principais partidas

90min – Como você se sente no início do encontro de outubro?

Guy Stéphan – Estou bem, obrigado. Tivemos um encontro bem-sucedido em setembro, vencendo as duas partidas, por isso estamos sorrindo. Isso não garante a qualificação para a Copa do Mundo, mas mostra que estamos no caminho certo.

Sentimento e desafios do jogador

90min – Qual o clima dos jogadores que chegam na segunda-feira?

G. S – Como sempre, estão felizes por estarem aqui. Infelizmente, temos várias lesões, com seis jogadores ofensivos ausentes: Ousmane Dembélé, Désiré Doué, Marcus Thuram, Rayan Cherki, Bradley Barcola e Randal Kolo Muani. Isso é bastante. Temos também um jogador suspenso, Aurélien Tchouaméni. Essas coisas acontecem.

Reinventando o Ataque

90min – Como você planeja reinventar o ataque para esta reunião?

G. S – Precisamos de encontrar novas soluções. Os perfis não são os mesmos de antes. Por exemplo, temos Jean-Philippe Mateta connosco pela primeira vez. Ele vem marcando gols no Crystal Palace e tem perfil de um verdadeiro atacante. Damos também as boas-vindas a Florian Thauvin, que não está connosco desde 2019. Ele teve uma passagem pelo México e pela Itália e teve um início de temporada forte com o RC Lens.

A Jornada de Mateta

90min – O que você acha da trajetória de Jean-Philippe Mateta?

G. S. – Ele mudou de clube com frequência, passando do Châteauroux para o Mainz, depois para o Olympique Lyonnais e agora está no Crystal Palace. Sua trajetória é única e, apesar dos desafios, com muito trabalho e determinação, ele se destacou na Inglaterra.

Portas Abertas para a Seleção

90min – Sua convocação prova que as portas para a seleção estão sempre abertas?

G. S. – Com certeza! A seleção francesa não é só para os jogadores mais jovens que vimos recentemente, como Olise, Doué, Akliouche e Cherki. Temos uma visão ampla dos jogadores franceses na Ligue 1 ou no exterior. Com seis jogadores ofensivos ausentes, as portas para a seleção se abrem com mais facilidade. Mateta é um dos atacantes capazes de fazer a diferença.

“O nível internacional é significativamente maior do que o nacional.”

– Guy Stéphan

Idade e Dinâmica da Equipe

90min – Este mês, a média de idade da equipe é de 25,6 anos, um ano a mais do que em setembro. Essa juventude muda seu estilo de treinamento?

G. S – O futebol evolui rapidamente. Hoje, restam apenas três jogadores dos campeões da Copa do Mundo de 2018 (Kylian Mbappé, Lucas Hernandez e Florian Thauvin), e isso foi há apenas sete anos. Isso mostra que a seleção francesa está se renovando. O desafio é encontrar entrosamento. Precisamos manter nossa posição no topo do ranking da FIFA, que ocupamos ao lado de Argentina, Espanha e possivelmente outros por oito ou nove anos. É crucial identificar jogadores que não só tenham qualidade, mas também possam fazer a diferença em nível internacional, o que não é fácil. Muitas vezes ouvimos: “este jogador merece ser convocado“, mas o nível internacional é muito mais alto.

Foco nos próximos jogos

90min – Como você se prepara para a partida contra o Azerbaijão, uma seleção que não vemos com frequência?

G. S – Não direi que eles têm jogadores de nível internacional, mas certamente há bons. No entanto, eles estão em 122º lugar no ranking da FIFA por um motivo. Dito isso, surpresas podem acontecer no futebol! Nos preparamos para esta partida como fazemos para qualquer outra. Estudamos o jogo do Azerbaijão, seus pontos fortes e formações. É essencial se preparar seriamente, pois o nível internacional não permite complacência.

Entendendo os Objetivos

90min – O que é mais desafiador: enfrentar uma seleção que defende com profundidade ou uma grande seleção que apresenta problemas ofensivos?

G. S – A França nunca prosperou com conforto. Precisamos de um objetivo claro, que é o que temos atualmente: terminar em primeiro lugar nas eliminatórias da Copa do Mundo. Queremos garantir os três pontos com esta partida.

Preferências de Estádio

90min – É um arrependimento não jogar nenhuma partida das eliminatórias no Stade de France?

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G. S – O Stade de France tem mais torcedores, quase o dobro da capacidade. Adoramos jogar lá, mas o Parc des Princes também tem um ótimo ambiente e fica convenientemente perto de acomodações.

Uma Parceria Forte

90min – Como funciona a sua dupla com Didier Deschamps, considerando a longa história de vocês juntos?

G. S – Nos conhecemos desde a Euro 2000, quando ele era capitão e eu fazia parte da comissão técnica de Roger Lemerre. Construímos nossa conexão ao longo dos anos, primeiro no Marselha, onde enfrentamos desafios. Ele sempre confiou em mim nos momentos difíceis, mesmo quando conquistava troféus no Marselha.

Decisões e Responsabilidades

90min – Qual é o seu papel na tomada de decisões, como convocar jogadores ou fazer substituições em uma partida?

G. S – É uma troca constante. Em última análise, ele toma a decisão final, mas eu dou minha opinião e justificativa para cada escolha. Ele me consulta com frequência, mas a última palavra é sempre dele.

Além dos Laços Profissionais

90min – Que tipo de relacionamento você tem fora do trabalho?

G. S – Nós nos falamos com frequência. Semana passada, fui ao casamento do filho dele. Eu o considero um amigo; definitivamente existe um vínculo muito forte entre nós.

Perspectivas de Treinadores

90min – Quais são as principais diferenças entre ser um treinador principal e um assistente técnico?

G.S – Como treinador principal, a responsabilidade é maior, pois a pressão recai sobre os ombros. É crucial ter uma equipe leal e complementar quando se está no comando. Meu papel é facilitar a tomada de decisões para o treinador principal, apresentando todos os elementos necessários para tornar o processo o mais simples possível.

Planos Futuros

90min – Didier Deschamps anunciou que deixaria a seleção após a Copa do Mundo de 2026. Você seguirá o exemplo?

G.S – Sim, meu contrato termina em 30 de julho de 2026.

Jogos Memoráveis

90min – Quais foram as três partidas mais impactantes emocionalmente que você já vivenciou com a seleção?

G. S – (Pausa de dez segundos.) França x Ucrânia em novembro de 2013 no Stade de France, a final da Copa do Mundo contra a Croácia em 2018 e a partida contra a Argentina em 2022. Se não fosse pela partida contra a Ucrânia, o resto não teria acontecido. A vitória em 2018 também foi emocionalmente significativa.

Paixão pelo Futebol

90min – Quantos jogos você assiste em um fim de semana?

G. S – Entre 15 e 20 ou mais. Às vezes assisto a dois de uma vez, mas não é muito prático! Começa na sexta-feira e vai até domingo à noite. Meu foco principal são os jogadores franceses que jogam no exterior.

Legado Familiar

90min – Como você transmitiu sua paixão pelo futebol aos seus filhos?

G. S – Meus filhos Julien e Guillaume cresceram neste ambiente. Julien sempre teve instinto de treinador e assumiu o comando de um time profissional em Rennes em 2018, o que lançou sua carreira. Guillaume se inclina mais para funções administrativas.

Olhando para o Futuro

90min – Você já imaginou se tornar uma figura tão importante no futebol francês e na seleção nacional?

G. S – Não, definitivamente não. Eu participei de seleções juvenis, mas era bem diferente naquela época. Venho de uma pequena vila e estava longe do futebol profissional. Foi somente com muito trabalho e encontros significativos que cheguei aqui.

Considerações Finais

90min – Você almeja outro título em 2026?

G. S – Só há um vencedor! (sorrisos)

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